Existem diversas expressões e construções frásicas que são usadas no dia a dia de forma errada pela grande maioria dos falantes. Conhecer essas expressões erradas é uma boa forma de tentar evitar a sua utilização.
A forma correta é para eu fazer. Quando o pronome pessoal assumir a função de sujeito, sendo seguido por um verbo no infinitivo, deverá ser usado um pronome pessoal reto (eu).
Apenas deverá ser usado um pronome pessoal oblíquo (mim) quando a expressão tiver a função de objeto indireto.
A forma correta é entre mim e ti. Com a preposição entre, deverão ser usados pronomes pessoais do caso oblíquo (mim e ti), estando errado o uso de pronomes pessoais do caso reto (eu e tu) com essa preposição.
As formas corretas são se eu puser, se eu vir, se eu mantiver. As construções se eu… e quando eu… implicam o uso do futuro do subjuntivo e não do infinitivo. Indicam o desejo ou a possibilidade de que algo aconteça no futuro. Embora o futuro do subjuntivo e o infinitivo pessoal sejam equivalentes nos verbos regulares, tal não acontece em vários verbos irregulares, apresentando formas verbais diferentes nesses dois tempos verbais.
As formas corretas são pode vir, vai vir, deve vir. As locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar (pode, vai, deve) e por um verbo principal (vir). Apenas os verbos auxiliares podem ser flexionados em pessoa, número, tempo e modo. Os verbos principais apenas aparecem conjugados no infinitivo, particípio ou gerúndio.
As formas corretas são nós vamos, nós queremos, nós temos. Com o pronome pessoal reto nós, o verbo deverá ser conjugado na 1.ª pessoa do plural.
Também estão erradas as construções a gente vamos, a gente queremos e a gente temos, uma vez que com a locução a gente, o verbo deverá ser conjugado na 3.ª pessoa do singular. O correto é a gente vai, a gente quer e a gente tem.
As formas corretas são: eu o vi, eu o ouvi, eu o chamei ou eu vi-o, eu ouvi-o, eu chamei-o. Nas expressões erradas, o pronome ele atua como objeto direto, complementando verbos transitivos diretos. Assim, não deverá ser usado o pronome pessoal reto ele, mas um pronome pessoal oblíquo átono relativo à 3.ª pessoa do singular que assuma a função de objeto direto: o, a.
As formas corretas são: ele te ama, ele me ama, ele te vê, ele me vê ou ele ama-te, ele ama-me, ele vê-te, ele vê-me. Esta errado o uso dos pronomes oblíquos tônicos mim e ti porque eles assumem a função de objeto indireto, sendo precedidos de preposições. Como o verbo amar e o verbo ver são transitivos diretos, deverão ser acompanhados de pronomes oblíquos átonos, que assumem a função de objeto direto: me, te, se, o, a, nos, vos, os, as.
A forma correta é nada a ver. Essa expressão é usada para indicar que duas ou mais coisas não estão relacionadas, que uma coisa não corresponde ou diz respeito a outra.
A forma correta é meio-dia e meia. O numeral meia sofre flexão em gênero para concordar com o substantivo feminino hora, uma vez que essa expressão indica a décima segunda hora do dia - o meio-dia, mais meia hora.
A forma correta é ela mesma fez. Embora com alguns sentidos a palavra mesmo seja invariável, no caso em questão aceita flexão em gênero e número, concordando com o sujeito gramatical. Isso acontece porque a palavra mesmo atua como um adjetivo, reforçando que se trata da pessoa referida através do pronome.
A forma correta é faz dois anos. Quando usado para indicar tempo decorrido, o verbo fazer atua como um verbo impessoal, sem sujeito, sendo conjugado apenas na 3.ª pessoa do singular: faz três horas, faz cinco dias, faz duas semanas, faz dez meses, faz quatro anos,…
A forma correta é daqui a pouco. A expressão daqui a indica algo que ainda não aconteceu, mas que começa agora, a partir deste momento e terá seguimento no futuro: daqui a pouco, daqui a nada, daqui a um ano, daqui a um mês, daqui a cinco dias,…
A forma verbal há, do verbo haver, é usada para indicar tempo decorrido, algo que aconteceu no passado.
A forma mais correta é há dez anos. Embora frequentemente usada, inclusivamente por escritores renomados, esta expressão é considerada redundante. O advérbio atrás é desnecessário para indicar o passado, dado o verbo haver, conjugado como verbo impessoal, já indicar tempo decorrido.
A forma correta é sentar à mesa. Embora seja possível sentar na mesa, ou seja, em cima da mesa, essa expressão é erradamente utilizada para indicar o ato de se sentar próximo da mesa, normalmente em cadeiras ou bancos.
A forma correta é nada de mais. Essa expressão indica que nada fora do normal aconteceu, ou seja, que nada foi feito acima do que é considerado normal e habitual.
A forma correta é a fim de. Esta locução prepositiva é popularmente utilizada para indicar vontade e interesse em alguém ou alguma coisa. Pode ser usada também para indicar uma intenção ou finalidade.
A palavra afim também existe, atuando como adjetivo ou substantivo. Indica algo que é semelhante e tem afinidade, não devendo ser seguido da preposição de.
A forma correta é meio cansada. Nesta expressão, a palavra meio atua como um advérbio, sinônimo de um tanto, um pouco, não completamente. Sendo um advérbio, é invariável em gênero e número, mantendo-se sempre igual independentemente de se referir a uma palavra no feminino ou no plural.
A forma correta é de vez em quando. Esta locução adverbial de tempo indica que alguma coisa não ocorre com muita frequência, apenas ocasionalmente, de tempo em tempos.