Não, não estamos afirmando que a sua professora de português era uma grande mentirosa, nem que estava completamente errada. Estamos apenas afirmando que, muitas vezes, de forma a simplificar a informação transmitida, são cometidas incorreções, contribuindo para a criação de verdadeiros mitos gramaticais.
A criação de regras é ainda mais acentuada devido à tendência generalizada que existe entre os estudantes de decorar regras. Mais importante, contudo, do que decorar regras, é entender o funcionamento e estrutura da língua e saber aplicar as regras nos diversos contextos, sendo feita uma análise e reflexão sobre a língua em uso.
Esta regra é usada para indicar que as seguintes construções frásicas são escritas com crase (à ou às):
Apesar disso, é possível o uso de as, sem acento grave, em construções que indiquem intervalos exatos de horas:
O mais usual é, efetivamente, a inexistência de crase antes de pronomes, porque há apenas a presença da preposição a, não sendo usado o artigo definido a antes de pronomes.
Apesar disso, é possível que ocorra crase antes de diversos pronomes, em situações já previstas na gramática:
É também possível o uso do acento grave antes de pronomes quando existem termos que se encontram omitidos:
Atenção!
O uso da crase antes de pronomes possessivos femininos é facultativo:
Na realidade, nunca ocorre o encontro de duas vogais na mesma sílaba. Um ditongo é o encontro de uma vogal e de uma semivogal na mesma sílaba. A vogal atua como o núcleo da sílaba, sendo pronunciada de forma mais forte e nítida. A semivogal é pronunciada de forma mais fraca e menos nítida, apenas acompanhando a vogal.
Nos ditongos crescentes, a semivogal está posicionada antes da vogal.
Nos ditongos decrescentes, a semivogal está posicionada depois da vogal.
Embora esta regra englobe a maioria das palavras com ditongos, não há consenso entre os gramáticos relativamente às palavras terminadas em -ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo.
Essas palavras são, tradicionalmente, paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Logo, o encontro vocálico mantém-se na mesma sílaba:
Apesar disso, devido à flexibilidade na pronúncia do ditongo, essas palavras podem ser também classificadas como proparoxítonas aparentes, sendo o ditongo convertido para hiato e ficando em sílabas separadas na divisão silábica:
Embora não se use habitualmente a vírgula antes da conjunção e em enumerações, é possível o uso da vírgula antes dessa conjunção em diversas situações:
O uso da conjunção mas e da conjunção e no início das frases é, habitualmente, desaconselhado por terem uma marcada função de conectores, ou seja, de elementos de ligação entre termos ou orações.
Apesar disso, podem ser usados no início das frases em diversas situações, principalmente com finalidades literárias e expressivas, dando ênfase ao enunciado e simplificando o discurso. Esse recurso é utilizado por muitos autores de renome.
Embora seja frequentemente dito que a dupla negação deve ser evitada porque transmite uma ideia afirmativa, isso não é correto. A dupla negação reforça o sentido negativo da frase. É uma construção sintaticamente correta, sendo muito usada na linguagem oral.